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Foto do escritorMikaella Paiva

Saúde no DF

Pesquisadores avaliam capacidade de resposta e satisfação dos usuários de UBS da área leste do Distrito federal

Com a ampliação do Sistema Único de Saúde (SUS), o Governo Federal busca mais formas de avaliar e aprimorar seus procedimentos. Visando contribuir para esse processo de melhoria da qualidade do serviço em saúde no Distrito Federal, pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) buscaram apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa e Inovação do Distrito Federal (FAPDF) para avaliar os serviços da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) prestados nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) da Região Leste do DF.

A Atenção Básica é a porta de entrada dos usuários no SUS e deve ser capaz de resolver cerca de 80% dos problemas de saúde. As responsabilidades da Atenção Primária à Saúde (APS) se concentra em duas áreas: promoção da saúde (prevenção de agravos e reabilitação) e coordenação do cuidado (encaminhamento e acompanhamento do usuário em seu percurso pela rede de atenção de acordo com suas necessidades).
O projeto de pesquisa “Avaliação dos serviços da SES DF: capacidade de resposta e satisfação dos usuários na Região de Saúde Leste”, coordenado pela pesquisadora Leonor Maria Pacheco Santos, analisou a satisfação dos usuários e validou instrumento de avaliação que já pode ser incorporado ao SUS no Distrito Federal. Os estudiosos também avaliaram a capacidade de resposta referente a aspectos não médicos do cuidado, como a garantia de privacidade, respeito e adequação das instalações. Outro objetivo do trabalho foi implantar uma rede de pesquisa em gestão no SUS do Distrito Federal.
A coleta dos dados para a análise foi realizada no período de agosto 2018 a fevereiro de 2019. Foram aplicados questionários a 4.476 usuários de cidades da região Leste do Distrito Federal (São Sebastião, Paranoá e Itapoã).
Os questionários apresentaram questionamentos sobre o tempo de deslocamento, formas de locomoção, condição de saúde, idade, sexo, cor/etnia, nível de escolaridade, estado civil, ocupação e renda mensal da família.
Os resultados obtidos mostraram que a maioria são mulheres na idade média de 47 anos, renda baixa e com o ensino médio completo. Em questão de locomoção, o levantamento mostrou que 66% se locomovem a pé e gastam menos de 10 minutos para chegarem no local.
No ranking de satisfação de atendimento, 31% se consideram muito satisfeitos, 52% satisfeitos e 1,3% muito insatisfeitos. Em relação a consultas de enfermagem e assistência prestada, 29% se declararam muito satisfeitos, 54% satisfeitos e 2,8% insatisfeitos.
“A partir dos resultados encontrados observamos que a satisfação geral dos usuários em relação à assistência à saúde apresenta-se igual ou superior a 50% nas três formas de assistência prestadas, sendo a consulta de enfermagem a mais bem avaliada em relação à satisfação dos usuários, representa por 84,6% das avaliações. Esses resultados demonstram que a qualificação dos profissionais da atenção básica reflete em uma maior satisfação por parte dos usuários e em serviços mais eficazes”, afirma Ana Beatriz Paes, uma das pesquisadoras integrantes da equipe.
Os serviços foram considerados satisfatórios para a maioria dos usuários. No entanto, os resultados apontaram para menores índices de satisfação quanto às visitas domiciliares. Para os pesquisadores, esse quesito ressalta a importância das equipes de Saúde da Família (ESF). Aplicabilidade no SUS do Distrito Federal.


Foto: Dênio Simões/Agência Brasília

Aplicabilidade no SUS do Distrito Federal
A partir dos resultados do projeto de pesquisa, a coordenadora apontou duas possibilidades imediatas de incorporação de instrumentos e metodologias avaliativas nos Serviços de Saúde:
Instrumento para avaliar a satisfação de usuários e a capacidade de resposta nos serviços APS desenvolvido, com evidências de validade e disponível para utilização na APS e em outros contextos, como serviços de média e alta complexidade;
Oferta de subsídios para tomada de decisão baseada em evidências aos gestores dos serviços da Atenção Primária na Região Leste do DF a partir dos resultados da pesquisa. O levantamento é capaz de auxiliar a na adoção de medidas para melhorar a qualidade do atendimento, tanto oportuno como em visitas domiciliares.
Os resultados a médio/ longo prazo da pesquisa avaliativa são criar uma cultura de avaliação na instituição, apresentar subsídios aos gestores e contribuir com melhorias na gestão para a qualidade dos serviços de saúde. Este projeto foi o embrião do amplo Programa de Qualificação da APS no DF “Programa QUALIS APS” (36 meses).
Já para aplicação em médio e longo prazo, os resultados da pesquisa poderão possibilitar a criação de uma cultura de avaliação no âmbito da Secretaria de Saúde, com a apresentação de subsídios para tomada de decisão com vistas à melhoria na gestão e na prestação de serviços à população. Outra entrega efetiva da está no fato de que o projeto de pesquisa foi o embrião do Programa de Qualificação da APS no DF (Programa QUALIS APS).
“Ao longo dos anos, na história do país, houve melhoras quanto ao acesso, mas ainda há muito que melhorar. Devido às inúmeras barreiras, a existência da Estratégia Saúde da Família ainda é um fator positivo como porta de entrada do cidadão aos serviços de saúde”, avalia Débora Fernandes Valadão, integrante do projeto.
A pesquisa foi fomentada pela FAPDF “Chamada FAPDF/MS-DECIT/CNPQ/SESDF 01/2016 – Programa de Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde”, cujo objetivo foi apoiar a execução de projetos de pesquisa científica, tecnológica e de inovação que promovam a formação e a melhoria da qualidade da atenção à saúde no Distrito Federal, no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS).

Texto: Mikaella Paiva
Edição: Thainá Salviato
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