Pesquisadores avaliam capacidade de resposta e satisfação dos usuários de UBS da área leste do Distrito federal
Com a ampliação do Sistema Único de Saúde (SUS), o Governo Federal busca mais formas de avaliar e aprimorar seus procedimentos. Visando contribuir para esse processo de melhoria da qualidade do serviço em saúde no Distrito Federal, pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) buscaram apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa e Inovação do Distrito Federal (FAPDF) para avaliar os serviços da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) prestados nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) da Região Leste do DF.
A Atenção Básica é a porta de entrada dos usuários no SUS e deve ser capaz de resolver cerca de 80% dos problemas de saúde. As responsabilidades da Atenção Primária à Saúde (APS) se concentra em duas áreas: promoção da saúde (prevenção de agravos e reabilitação) e coordenação do cuidado (encaminhamento e acompanhamento do usuário em seu percurso pela rede de atenção de acordo com suas necessidades).
O projeto de pesquisa “Avaliação dos serviços da SES DF: capacidade de resposta e satisfação dos usuários na Região de Saúde Leste”, coordenado pela pesquisadora Leonor Maria Pacheco Santos, analisou a satisfação dos usuários e validou instrumento de avaliação que já pode ser incorporado ao SUS no Distrito Federal. Os estudiosos também avaliaram a capacidade de resposta referente a aspectos não médicos do cuidado, como a garantia de privacidade, respeito e adequação das instalações. Outro objetivo do trabalho foi implantar uma rede de pesquisa em gestão no SUS do Distrito Federal.
A coleta dos dados para a análise foi realizada no período de agosto 2018 a fevereiro de 2019. Foram aplicados questionários a 4.476 usuários de cidades da região Leste do Distrito Federal (São Sebastião, Paranoá e Itapoã).
Os questionários apresentaram questionamentos sobre o tempo de deslocamento, formas de locomoção, condição de saúde, idade, sexo, cor/etnia, nível de escolaridade, estado civil, ocupação e renda mensal da família.
Os resultados obtidos mostraram que a maioria são mulheres na idade média de 47 anos, renda baixa e com o ensino médio completo. Em questão de locomoção, o levantamento mostrou que 66% se locomovem a pé e gastam menos de 10 minutos para chegarem no local.
No ranking de satisfação de atendimento, 31% se consideram muito satisfeitos, 52% satisfeitos e 1,3% muito insatisfeitos. Em relação a consultas de enfermagem e assistência prestada, 29% se declararam muito satisfeitos, 54% satisfeitos e 2,8% insatisfeitos.
“A partir dos resultados encontrados observamos que a satisfação geral dos usuários em relação à assistência à saúde apresenta-se igual ou superior a 50% nas três formas de assistência prestadas, sendo a consulta de enfermagem a mais bem avaliada em relação à satisfação dos usuários, representa por 84,6% das avaliações. Esses resultados demonstram que a qualificação dos profissionais da atenção básica reflete em uma maior satisfação por parte dos usuários e em serviços mais eficazes”, afirma Ana Beatriz Paes, uma das pesquisadoras integrantes da equipe.
Os serviços foram considerados satisfatórios para a maioria dos usuários. No entanto, os resultados apontaram para menores índices de satisfação quanto às visitas domiciliares. Para os pesquisadores, esse quesito ressalta a importância das equipes de Saúde da Família (ESF). Aplicabilidade no SUS do Distrito Federal.
Foto: Dênio Simões/Agência Brasília
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